sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Universo das Cordas - Alaude

 UNiVeRSo DaS CoRDaS
Nesta primeira abordagem quero esclarecer, que os instrumentos que apresentarei, são só por curiosidades.
Para quem toca algum instrumento de corda, ficará maravilhado pelo tanto de variedades que existem, e também por outros tantos instrumentos que não são tão prestigiados na atualidade, mas que tiveram seu apogeu em outras séculos e décadas.


Alaude


O Alaúde é um instrumento musical da família dos cordofones e de cordas Pulsadas ( ou feridas com dedeira, plectro ou palheta). Este instrumento é de corda palhetada ou dedilhada, como já apontei anteriormente, com braço trastejado e com a sua característica caixa em forma de meia pêra ou gota.
A origem das palavras alaúde e oud possivelmente remontam da palavra árabe al'ud, "a madeira"; alguns investigadores sugerem também que seja uma simplificação da palavra persa rud, que significa corda, instrumento de cordas ou alaúde. Sitar é um tipo de alaúde de braço longo originário da Índia.
 Diz a tradição oral que o alaúde foi criado por um descendente de Caim, figura bíblica, filho de Adão.



Aludista



Aqui estou disponibilizando videos em que este instrumento tão lindo, esta sendo executado :


 







"O Alaude ou oud ou Ud , com certeza é um instrumento muito belo e que aos poucos está voltando a ativa.
A culpa pelo Ud ter desaparecido, se remete muito pelos próprios Aludistas, talves pelo surgimento de variados instrumentos, ou até mesmo pelas condições em que o Ud se encontrava, pois chegou a ter 23 cordas, ademais pela dificuldade em ser executado foi oque fez com que ele caisse no exilio." Gean César.


As origens do alaúde não são concretas. Vários tipos de alaúdes eram usados nas antigas civilizações Egípcia, Hitita, Grega, Romana, Búlgara, Gandaresa, Turca, Chinesa e Arménia/Siliciana. O alaúde atingiu a sua forma familiar, no início do século VII, na Pérsia, Arménia, Bizâncio e no mundo Árabe.
No início do século VI, os Búlgaros trouxeram uma variedade de braço curto de um instrumento, kobuz, para os Balcãs. Por outro lado, os Mouros trouxeram para a Península Ibérica, no século IX,. Antes disto, a quitra/pandura, uma espécie de citerna, ter-se-ia tornado comum no mediterrâneo. Contudo, este instrumento (pandura) não se extinguiu, apenas evoluiu para instrumentos como a citerna, guitarra portuguesa, chitarra italiana, guitarra barroca, vihuela, chitarrão, bouzouki, laouto, entre outros, na Europa. Na Algéria e Marrocos, a quitra sobrevive como o instrumento kuitra.
Por volta de 1500, na Península Ibérica, a viuhela da mano, uma espécie guitarra em forma de viola da gamba e antepassado da vihuela, apenas dedilhada, foi adaptada pelos lutenistas, embora o alaúde se tenha mantido a par da existência e popularização desta. Este instrumento acabou também por encontrar o seu caminho rumo a Itália, em zonas que estiveram sobre o domínio de Espanha, especialmente na Sicília e nos estados papais na altura do papa Alexandre VI, que trouxe muitos músicos catalãs para Itália, onde se tornou conhecida como viola da mano.
O ponto de transferência do alaúde entre a Europa Cristã e os Mouros deverá ter sido a Sicília, que deverá ter sido trazido pelos músicos Bizantinos ou, posteriormente, pelos Saracenos. Havia músicos na corte, lutenistas-cantores, em Palermo, que seguiam a conquista cristã da ilha, o que fez com que o alaúde fosse extensivamente reprecentado nas pinturas do tecto da Cappella Palatina, dedicado ao rei normando Rogério II, em 1140. No século XIV, o alaúde teria já se expandido para fora da Itália. Provalvemente devido à influência cultural dos reis e imperador Hohenstaufen, radicados em Palermo, o alaúde teve uma impressionante difusão nos países de língua germânica no século XIV.
Os alaúdes medievais eram de instrumentos de 4 a 5 cordas e usava-se uma pena para palhetar. Havia em vários tamanhos, e no final do Renascimento, havia sete tipos de tamanho (até com grandes cordas-baixo) documentados. A sua função principal, na Idade Média, era a de acompanhamento a canções e cantigas, embora até 1500 exista muito pouca música encontrada que seja directamente atribuída a este instrumento. Provalvemente, a grande parte dos acompanhamentos da Idade Média e Pré-Renascimento eram improvisados, visto a lacuna de registos escritos com este fim.
Nas últimas décadas do século XV, de modo a poder executar a polifonia renascentista num único instrumento, os lutenistas gradualmente abandonam o palhetar pelo uso dos dedos. O número de cordas cresceu de 6 para cima. No século XVI, o alaúde torna-se o grande instrumento solo, embora se tenha mantido no acompanhamento de canções.
No final do Renascimento o número de cordas cresceu para 10 e duranto o Barroco prosseguiu o seu acrescento de cordas para 14, chegando até às 19. Estes intrumentos, devido ao facto de muitas vezes terem mais de 30 cordas (tomando as duplas como 2 cordas), precisaram que se alterasse a sua estrutura, inovando-a. No final da sua evolução, o alaúde-harpa e a tiorba tinham grandes extensões de braço anexas ao cravelhame para acrescentar um grande comprimento de ressonância para cordas graves, e visto que os dedos da mão esquerda não têm extensão suficiente para ir além das 14 cordas, as cordas graves eram colocadas fora da parte trastejada, eram tocadas abertas.
Durante o percurso do alaúde na era barroca, começou a ser progressivamente não-usado no acompanhamento do continuo e superado pelo uso de intrumentos de tecla.
O alaúde caiu em desuso depois de 1800 na Europa ocidental, mas diversos tipos de alaúde sobrevivem em tradições musicais do sudeste europeu, norte da África e Oriente Médio.
Mas o revivalismo do alaúde surgiu por volta de 1900, com um crescente interesse na música histórica, possivelmente ligado ao Romantismo; No século XX e até aos nossos dias, com o movimento de música antiga, este revivalismo cresceu exponencialmente. O alemão Michael Rhein (In Extremo) toca várias vezes o alaúde em suas músicas.